02/11/06

Para a menina Peter Pan ...


Desta vez não te olhei nesses olhos do tamanho de mundos.
Nem sequer senti o teu cheiro a invadir-me, mal-educado, sem autorização.
Desta vez não ouvi a tua gargalhada de menina, nem adivinhei mil e um pensamentos.
Apenas senti o teu silêncio. Um estranho silêncio, como uma troca de olhar.


Do teu dia fizeste o meu.
Em troca deste-me tantas palavras cheias de inevitáveis memórias e um aconchegar que podia sentir o nosso coração bater ao mesmo tempo, como um abraço forte.
Gosto da forma como cresces. Sem o tempo passar por Ti, com a idade a recuar passo a passo, num sentido contrário a toda a gente.
Gosto da tua Máquina do Tempo. Gosto como recuas nela. Sem querer e cheia de culpa. Informal e com toda a intenção. Como se nada tivesses para dizer e ao mesmo tempo : Vamos ver juntos o mar?

Desta vez não segui as tuas pegadas na areia.
Não me lembrei desse dia.
Ainda assim, deste-me uma estrela.
Está guardada num pouco de céu.

Desculpa.



"... Soprou devagarinho uma estrela

Que se acendeu na sua mão

Disse-me: podes sempre vê-la

Se souberes sopra-la no teu coração..."



(O Menino do Piano - Mafalda Veiga)

1 Comentários:

Blogger Lua disse...

Sempre ouvi um ditado e sempre o achei certo para tudo na vida: As desculpas não se pedem, evitam-se. Mas como em tudo, nada é certo e absoluto. E este post é a prova mais que provada disso mesmo!
Até estava capaz de te pedir para me pedires desculpa!

8:04 da tarde  

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