25/02/05

Porque não há Yin sem Yang...

...nem cara sem coroa, paz sem guerra, homem sem mulher, também não há amor sem ódio, pois eles são as duas faces da dualidade humana. Olha-te no espelho e vê como és simétrico, dois lados que se complementam, esquerdo e direito.

Odiar é, no fundo, tão natural como amar. Não nos precisamos sentir menos como pessoas se existe alguém com quem não nos conseguimos dar, cujo simples som da voz nos faz tapar os ouvidos e enviar o nosso cérebro para um estado de vertigem só de pensar na sua figura. Temos que aceitar que tais sentimentos tidos como sombrios fazem parte da natureza humana, e nós como humanos que somos, estamos sujeitos a ser governados também por eles. Olha para trás, recorda a História, como sempre vivemos em dualidade connosco mesmos, guerras e tréguas em sucessão que fizeram o mundo avançar, mortes que originam vidas que terão de expirar para continuar a espiral da existência. Luz e Escuridão em equilíbrio, é assim o nosso mundo, e é assim que nós somos, cá dentro.

Apregoar o amor ao próximo, incondicional, é contra-natura. Exaltar o ódio como único meio de sobrevivência, é igualmente insustentável. Todos temos o nosso lado negro que nos segreda ao ouvido e que, por força dos condicionalismos morais e sociais, reprimimos a quase tempo inteiro. Provado está contudo que a repressão e o recalcamento das nossas fúrias pode levar a comportamentos irracionais. Quebramos. Reprimir não é a solução, há que libertar vapor de quando em vez, a bem da nossa própria sanidade. E é na convivência com a nossa besta interior que nos revelamos e conhecemos, e dá-la a conhecer aos outros é eliminar as mentiras e os falsos sorrisos e sentimentos. Quanta gente não se ilude com eles e pensa conhecer-nos só com o que mostramos ao mundo que nos rodeia para sermos aceites?

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial