26/01/05

Confesso

Lembro-me do tempo em que tentei de tudo para me convencer que já não fazias parte da minha vida. Lembro-me do tempo em que a dor guiava os meus actos. Foste a única pessoa da qual apaguei memórias, destruí imagens que me lembravam de ti. Durante muito tempo fechei os olhos, os ouvidos, e acima de tudo fechei o coração. Durante muito tempo ignorei-te quando silenciosamente gritavas por mim, convencido que tinhas encontrado o que procuravas e que eu já não tinha mais lugar. Mesmo quando vi uma lágrima tua resisti a soltar-me, a mostrar mais compaixão do que a que mostraria num outro dia qualquer por outra pessoa qualquer que eu conhecesse e que chorasse ao pé de mim, quando poderia ter feito muito mais. Abracei-te, mas os meus braços perderam a força que por um momento pensaram ter. E depois, durante mais tempo voltei a fechar-te a sete chaves bem longe de mim, tremendo ao sussurrar do teu nome, fechando os olhos à tua mais pálida imagem no meu pensamento. Cedi ao facilitismo do desespero e da mágoa e fiz de tudo para te esquecer. Sabes que mais? Ganhaste. E espero que me perdoes...

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