10/02/05

Um Pouco de nada

Devo ter perdido a alma que me orientava as palavras.
Elas , as palavras , estão para o mundo conforme os olhos que as devoram , mas só nós é que na realidade as sentimos. São o espelho de como somos.

Por vezes quase que jurava pela vida de que pelas palavras podia adivinhar um rosto , acariciar , cheirar , sentir , ver alguém . Juro que podia .Podia , já não posso . As palavras são as mesmas , os olhos que as devoram é que não . Foram enganados , alguém lhes atirou areia.

Sou demasiado EU . Com todos os defeitos que há. Mas sou Eu … e nunca o escondi .

Não te guardo em lado nenhum.


“Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um Pouco de Céu”





Há algo de perverso num comentário. Porque diabos as palavras têm que estar à apreciação dos outros?
Há vezes que escreves só para Ti .
O que importam o que os outros pensam?