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Para não correr o risco de ser catalogado com animal raro, decidi participar numa actividade que poderia envolver o contacto verbal com gente que não conhecia de lado nenhum.
@É portanto de louvar o esforço, desculpem lá.
Cedendo ao “não os podes vencer, junta-te a eles”, coloquei em prática a expressão “o peixe morre sempre pela boca” e toca de participar nas comemorações do Dia Europeu sem carros.
Esta celebração, quando feita em dia de semana, é o mais parecido com o pisar de uma pastilha elástica. Tira-me do sério, dificulta-me os movimentos e traz-me à memória um rol infinito de palavras menos agradáveis.
Quem é que no perfeito juízo, se lembra de manhã a caminho do trabalho, que é o dia sem automóveis? Sim, já me aconteceu e senti-me como um hamster num labirinto de trocas de direcção, sentidos proibidos e alternativas pouco visíveis.
@Como sabem, sempre defendi que, de manhã, qualquer alteração à rotina devia ser punida com enforcamento.
Esta efeméride, até hoje comemorada estupidamente durante a semana, teve este ano a mais-valia de calhar num sábado. Menos mal.
Fui então informado que na celebração do Dia Europeu sem carros deste ano, se iria realizar um passeio de bicicleta, algo que despertou o meu interesse, por ser amante da modalidade.
Toca então de me equipar a rigor.
Bicicleta afinada, calção a condizer, óculos de sol, mochila para um toque da classe, capacete a luzir e garrafa d’água cheia, não vá o trajecto ser traiçoeiro.
As inscrições para a prova estavam marcadas para as 10h.
@Sim, levantei-me cedo num sábado.
No local das inscrições foi-me dada uma t-shirt com o devido patrocínio e um número que era afixado nas costas da respectiva t-shirt.
Andar de bicicleta, no meio da cidade, com um número às costas, fazia-me sentir como um profissional.
Se eu visse alguém, equipado a rigor com um número às costas, pensava:
- Ena pá, este deve ser batido nisto. Ganda pinta.
@Era assim que me sentia.
Mas logo no momento da inscrição, surgiu um pequeno problema.
Foi-me dada a t-shirt com o número afixado com um alfinete às costas.
E a mochila?
Se coloco a mochila, não se vê o número!
Se retiro a mochila, lá se vai o toque de classe, embora a mochila estivesse vazia.
Ideia. Coloco o número na mochila.
Brilhante
@Se pudesse sonorizar o momento, usava a tema “Hit the road Jack “ ….
Bom.
A largada estava marcada para as 11h no Jardim, inscritos uns 50 atletas.
@Há entre ciclistas uma semelhança com as convidadas de um casamento.
A forma como se olham e comparam as toilettes é o mesmo que fazemos com as bicicletas.
A que tenho, não me deixa mal em lado nenhum e a maioria tinha bicicletas de hipermercado.
Coitados.
Hora da partida.
Um elemento da organização avisa que ao longo do trajecto vamos encontrar outros elementos da organização, que nos indicam, que sentido devemos tomar.
Boa. Isto vai ser bom.
Toca a arrancar.
Saída do jardim, até ao cruzamento do Museu. Uns 35 metros
Do Museu até ao tribunal. Uns 60 metros.
Tribunal até Hotel Turismo. Hummmm … 30 metros.
Hotel Turismo até ao Jardim. 10 metros.
- Como? Já está?
Dão-me um número para percorrer nem 500 metros?
O trajecto é tão pequeno, que 3 elementos da organização, bastaram para indicar o percurso a seguir. A passagem pela zona de partida foi feita 1 minuto e meio depois da largada. Foi como uma ejaculação precoce.
- Vá, mais uma volta!! – diz o rapaz da organização
E lá vou eu, embriagado no meu pensamento e admirado como é que a minha família não se juntou, para me aplaudir em momento tão brilhante na minha carreira de atleta.
@Naquele momento, eu seria seguramente o orgulho de gerações e gerações.
O meu pensamento foi interrompido pelo som característico de uma campainha.
- Trim Trim !!!
Uma pequenita, na sua bicicleta cor-de-rosa, acabava de me ultrapassar.
Por sorte o trânsito estava interrompido, ou tinha-me atirado para baixo de um camião.
Na segunda passagem pela zona da meta, 3 minutos depois da partida, fui informado que o passeio tinha acabado.
- Obrigado a todos. Bom fim-de-semana. - Diz o jovem da organização.
Ahh, Ok!
Agora morre, sff.
@Vou guardar o número para as minhas voltas de bicicleta. Dá um ar de “recém chegado de uma prova internacional de btt”.
E lá fui eu para casa, depois de uma saudável manhã de confraternização com os meus conterrâneos. Mais uma vez, com “uma cabeça”, que não cabia no capacete.
Já agora …. eu era o número 22.
@É portanto de louvar o esforço, desculpem lá.
Cedendo ao “não os podes vencer, junta-te a eles”, coloquei em prática a expressão “o peixe morre sempre pela boca” e toca de participar nas comemorações do Dia Europeu sem carros.
Esta celebração, quando feita em dia de semana, é o mais parecido com o pisar de uma pastilha elástica. Tira-me do sério, dificulta-me os movimentos e traz-me à memória um rol infinito de palavras menos agradáveis.
Quem é que no perfeito juízo, se lembra de manhã a caminho do trabalho, que é o dia sem automóveis? Sim, já me aconteceu e senti-me como um hamster num labirinto de trocas de direcção, sentidos proibidos e alternativas pouco visíveis.
@Como sabem, sempre defendi que, de manhã, qualquer alteração à rotina devia ser punida com enforcamento.
Esta efeméride, até hoje comemorada estupidamente durante a semana, teve este ano a mais-valia de calhar num sábado. Menos mal.
Fui então informado que na celebração do Dia Europeu sem carros deste ano, se iria realizar um passeio de bicicleta, algo que despertou o meu interesse, por ser amante da modalidade.
Toca então de me equipar a rigor.
Bicicleta afinada, calção a condizer, óculos de sol, mochila para um toque da classe, capacete a luzir e garrafa d’água cheia, não vá o trajecto ser traiçoeiro.
As inscrições para a prova estavam marcadas para as 10h.
@Sim, levantei-me cedo num sábado.
No local das inscrições foi-me dada uma t-shirt com o devido patrocínio e um número que era afixado nas costas da respectiva t-shirt.
Andar de bicicleta, no meio da cidade, com um número às costas, fazia-me sentir como um profissional.
Se eu visse alguém, equipado a rigor com um número às costas, pensava:
- Ena pá, este deve ser batido nisto. Ganda pinta.
@Era assim que me sentia.
Mas logo no momento da inscrição, surgiu um pequeno problema.
Foi-me dada a t-shirt com o número afixado com um alfinete às costas.
E a mochila?
Se coloco a mochila, não se vê o número!
Se retiro a mochila, lá se vai o toque de classe, embora a mochila estivesse vazia.
Ideia. Coloco o número na mochila.
Brilhante
@Se pudesse sonorizar o momento, usava a tema “Hit the road Jack “ ….
Bom.
A largada estava marcada para as 11h no Jardim, inscritos uns 50 atletas.
@Há entre ciclistas uma semelhança com as convidadas de um casamento.
A forma como se olham e comparam as toilettes é o mesmo que fazemos com as bicicletas.
A que tenho, não me deixa mal em lado nenhum e a maioria tinha bicicletas de hipermercado.
Coitados.
Hora da partida.
Um elemento da organização avisa que ao longo do trajecto vamos encontrar outros elementos da organização, que nos indicam, que sentido devemos tomar.
Boa. Isto vai ser bom.
Toca a arrancar.
Saída do jardim, até ao cruzamento do Museu. Uns 35 metros
Do Museu até ao tribunal. Uns 60 metros.
Tribunal até Hotel Turismo. Hummmm … 30 metros.
Hotel Turismo até ao Jardim. 10 metros.
- Como? Já está?
Dão-me um número para percorrer nem 500 metros?
O trajecto é tão pequeno, que 3 elementos da organização, bastaram para indicar o percurso a seguir. A passagem pela zona de partida foi feita 1 minuto e meio depois da largada. Foi como uma ejaculação precoce.
- Vá, mais uma volta!! – diz o rapaz da organização
E lá vou eu, embriagado no meu pensamento e admirado como é que a minha família não se juntou, para me aplaudir em momento tão brilhante na minha carreira de atleta.
@Naquele momento, eu seria seguramente o orgulho de gerações e gerações.
O meu pensamento foi interrompido pelo som característico de uma campainha.
- Trim Trim !!!
Uma pequenita, na sua bicicleta cor-de-rosa, acabava de me ultrapassar.
Por sorte o trânsito estava interrompido, ou tinha-me atirado para baixo de um camião.
Na segunda passagem pela zona da meta, 3 minutos depois da partida, fui informado que o passeio tinha acabado.
- Obrigado a todos. Bom fim-de-semana. - Diz o jovem da organização.
Ahh, Ok!
Agora morre, sff.
@Vou guardar o número para as minhas voltas de bicicleta. Dá um ar de “recém chegado de uma prova internacional de btt”.
E lá fui eu para casa, depois de uma saudável manhã de confraternização com os meus conterrâneos. Mais uma vez, com “uma cabeça”, que não cabia no capacete.
Já agora …. eu era o número 22.
1 Comentários:
Mas olha lá, tu queres que eu morra aqui a rir??? Já me doi tudo, ja choro, ja mal consigo respirar e mesmo assim não consigo parar de rir!!!
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