Quase
Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase! É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
Luís Fernando Veríssimo
(Obrigado Aleisa por partilhares este belo texto comigo!)
2 Comentários:
Esta nossa mania de rotularmos as pessoas, muitas vezes faz-nos tirar juizos de valor errados, e achamos que aquela pessoa que disse sabe-se lá o quê, e que nós interpretámos sabe-se lá como, (mas com certeza não foi uma interpretação literal),nada tem a ver connosco... e quando se começa a trocar sentimentos acabamos por perceber que aquela pessoa que aparentemente é tão diferente de nós, em alguns campos pensa e sente da uma forma muito similar à nossa... Por essa razão decidi partilhar contigo um texto que eu adoro e que guardo comigo há já muito tempo...
Esse texto é QUASE como que um lembrete para uma postura que interrompi há algum tempo e que, agora, me ajudas a recuperar.
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