26/10/07

Meu Anjo

Quantas vezes te imaginei?
Quantas vezes te embalei?
Quantas vezes desenhei os teu olhos que me olhariam com ternura?
Quantas vezes senti as tuas mãos, que um dia me darias para te levar à escola, para me abraçares, no meio da noite, quando tivesses um pesadelo?
Quantas vezes tracei a tua boca, que um dia pronunciaria a palavra tão desejada - “Mãe” e me dirias o quanto me amavas?
Rias tanto…
Quantas, quantas vezes te desejei?
Porque não te deixaram ficar?
E as asas para te alcançar, porque não mas deram?
Fecho os olhos e tudo o que não vejo és tu. Não durmo e tudo o que sonho és tu.
Os teus traços não são os meus traços e o teu caminho não é o meu caminho...
Morri. Não existo em nada.

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