06/04/05

Reconquistar

“Desconfio que não sei perder…”

É assim que começa uma crónica que li e me fez pensar.
Desconfio que, também eu, não sei perder. Perder coisas é o menos-mal, sempre se substituem. Mas perder pessoas dói como o caneco, diz a dita crónica.
Cada vez mais acredito que quando se perde alguém, perde-se para sempre. Ponto final. Não há mais nada a fazer.
Tudo isto porque, cada vez menos, se reconquista, e reconquistar é das palavras mais bonitas que conheço, que nos dá alento, que cheira à continuação de qualquer coisa que foi boa, perdeu-se, mas ainda pode ser possível e fazer-nos felizes.
Há que ter coragem. Coragem na luta por alguma coisa que não é fácil mas que se pode conseguir. Só a morte não tem solução.
Reconquistar é uma prova de coragem, é vida. É saber-se que se está a caminhar, a evoluir, é trocar minutos nas nuvens por horas no inferno. É ter paciência e saber esperar. É sonhar e fazer, fazer e sonhar. É acreditar. É não ter limites.
Hoje em dia nota-se que quem perde, perde de vez, não reconquista. Não volta atrás. Tem-se medo.
É tudo a favor do orgulho e da racionalidade. É um “siga para a frente que atrás vem gente”.
Eu nunca fui assim. Nunca deixei de lutar, mal ou bem fi-lo. E é, talvez por isso, que me chamam louca, mimada, infantil, emocional e sonhadora.
Dizem-me que a vida não é isto, que quem fica mal sou eu, que nunca se deve desgastar nada, que é tolice, que caio no ridículo. Há pessoas que caem no ridículo e são tolas por coisas bem menos importantes.
Mas eu continuo a fazer braço de ferro e achar que deve ser assim. Mesmo que fique mal, que me chamem mimada, estúpida, burra e infantil….
Há quem me aceite assim e é só isso que me interessa…

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Eu!

9:37 da tarde  
Blogger Aleisa disse...

Eu cá nem espero para perder, gosto de desafios... de luta... mas não que o dificil e o complicado se prolongue por muito tempo, se isso acontece agarro nas minhas recordações e lá vou eu rumo a novas aventuras, novas emoções...Existe uma frase que eu adoro "rei morto, rei posto" e toca a andar...

11:40 da tarde  
Blogger ZeoX disse...

Nem mais, Aleisa.

Lutar vale sempre a pena quando a causa é nobre, quando o esforço se vê recompensado de alguma maneira. Eu cá, não gosto de moínhos de vento...

Agora, mãos à obra. É tempo de reconquistar algo que perdemos em batalhas infrutíferas: o nosso próprio espaço. :)

1:01 da manhã  

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