09/05/05

Coimbra

Ah, a cidade dos Amores... ainda não foi desta que me apaixonei por ti. Quem sabe os amores que cantas não são os mesmos que me fazem fechar os olhos e sorrir. Estavas absurdamente calada ontem, cidade... passeava pelas tuas ruas por entre as gentes que gritavam mas tu nada me dizias. Olhava para cada prédio, cada pedra de cada calçada, e continuavas muda, absorta olhando para as estrelas. É um perigo manter os olhos nas estrelas, cidade... sabes bem que quem apenas para cima olha, mais tarde ou mais cedo vai tropeçar. Eu tropecei em ti e quase caí. Quase. Tropeçaste em ti mesma e esqueceste o que me havias prometido dizer. Mergulhei em ti e vi o vazio que afinal as tuas ruas escondem por entre a mística das cantigas, a banalidade que a pedra crua de que és feita transpira por todos os poros. Lembras-me demasiado daquilo que não quero... e mesmo olhando o rio em silêncio enquanto o Sol nasce por detrás de um límpido horizonte não posso deixar de pensar em tudo o que a tua quietude me causou. Fico feliz de não te ter escolhido para me adoptares, cidade dos Amores... talvez um dia volte, mas nesse dia já não te darei ouvidos.

P.S., completamente off-topic: Desculpa lá Kelloguita, mas nem o teu carro de tecto panorâmico me faz gostar dessa cidade! ;)