09/05/05

Levo-te comigo

Tremi ao ouvir a tua voz por entre a noite ruidosa. Saber que estavas ali, tão perto, por entre a multidão, fez o meu coração disparar. Não hesitámos em fazer curta a distância e ainda mais curto o espaço que nos separava. Talvez no último beijo que trocaremos em muito tempo, soube a uma despedida forçada. Por vezes as linhas do Destino pregam-nos destas partidas: tudo está certo, menos o tempo, tudo está alinhado menos a vida em si. Não nego nem negarei que eras uma das minhas indecisões mas que me terás quando quiseres, perto de ti, pois sei que o vendaval não se acalma apenas com o teu sorriso de anjo. Não, nada disso. Mas tem que ser assim. Não procuro o entretém, e tu não procuras uma âncora que te prenda à terra. Gostas de voar por céus tempestuosos, nadar contra as ondas... eu, sou peixe de águas calmas, amo a beleza de um céu azul e cristalino. Ainda assim, encontrámos nestes polos opostos imenso em comum, algo que toda a circunstância não ajudou a florescer, mas que aqueceu a alma. Levo-te comigo, minha cara, para que nunca esqueças que quem gosta mesmo, nunca olvidará, relembra sempre com um sorriso. Leva-me contigo se quiseres também, pois quando até as ondas forem demasiado fortes para ti, ter-me-ás algures por perto para te içar de novo. Acalmo agora o meu ser, regressando à tranquilidade onde me sinto bem, guardando o teu fascínio bem cá dentro... até qualquer dia.