29/01/10

Este é um poema que recebi há tempos de um amigo (J.P.), e que nunca publicou no blog dele.
Acho que tem a ver, um bocadinho, com a noitada que alguém fez no outro dia...


Rasgo o tempo e os dedos, há tanto interrompidos
Paragem calcinada de vazio em mim
Viragem ténue, opaca… necessária
Visão clara desta vista oportuna
Que assino na escolha, perdido por mil…


Assim te recebo, oh vida!
Vem-te toda em mim
Atira-me à cara, como só tu
Aponta-me os degraus perdidos na pressa
Mas aquece-me por dentro, neste frio…


Nos sonhos não se morre
Acordamos sempre, antes da derradeira facada
Decifra-me, então, esta morte que me inquieta
Já que, agonizo acordado neste presente
Neste logro insistido, feito tua verdade.


Pode passar a ser realidade, este engano investido.
Eu contribuo, acreditando tantas vezes…