31/03/05

Caetano

"Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
o antes, o agora e o depois
por que você me deixa tão solto?
por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus segredos e planos secretos
só abro pra você mais ninguém
por que você me esquece e some?
e se eu me interessar por alguém?
e se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
é claro que a gente cuida
fala que me ama
só que é da boca pra fora
ou você me engana
ou não está madura
onde está você agora?"

Caetano Veloso - Sozinho

30/03/05

Para Sempre

“Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis. “

Por vezes leio coisas que , como esta, não passam de frases feitas, de lugares comuns e que embora bonitas , como qualquer frase do género , nem sempre se aplicam .

Não é , na minha opinião , o caso desta frase.
Não existe o esquecimento total na realidade?
Penso que não .
Mais cedo ou mais tarde , “aquilo” que estava momentaneamente esquecido passa-me pela memória e recorda-me , um lugar , uma pessoa , um tempo , uma ideia , enfim … algo.
Há ainda os momentos , pessoas , ideias e por aí fora , coisas , que embora , aparentemente não me recorde , marcaram-me de tal forma que me orientam para a vida … como falo, escrevo , penso , vou reagindo , etc.
Essas marcas são também formas de não esquecer , embora já não me lembre como surgiram.


Cenário Magico



A solidão é muito bela... quando se tem alguém a quem o dizer.

Ápice

O raio do sol da tarde
Que uma janela perdida
Refletiu
Num instante indiferente —
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente...

Seu efêmero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
— E não poder adivinhar
Porque mistério se me evoca
Esta idéia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!...

— Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projeção atravessou...
Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a idéia de Norte,

Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...


Mário de Sá Carneiro

Into The Pixel - Vários

Into the Pixel é uma mostra artística de ilustrações inspirada em Vídeo-Jogos . Algumas imagens são de alta resolução , quase perfeitas.



Vejam aqui uma série de imagens.

27/03/05

A vida embrutece-nos

Quem passar em frente ao jardim de São Lázaro, no Porto, pode observar uma frase em espanhol que diz "la vida es un largo embrutecimiento". E não é que para a maioria as pessoas é mesmo? Senão vejamos... à medida que "crescemos" e "amadurecemos" vamos vendo as coisas de maneira diferente. Em poucos anos, invariavelmente começamos a dar valor às coisas mais absurdas. Ao carrinho novo em folha, ao telemóvel de topo de gama, à roupa de marca que mais ninguém tem. Com o passar do tempo vamos tornando-nos mais e mais fechados em nós mesmos e na nossa vontade, cansados que ficamos de ouvir e fazer o que os outros gostariam que fizéssemos. Perdemos a pouco e pouco, o nosso altruísmo, a nossa vontade de ver o próximo sorrir, pensando que tal se resume a uma noite de copos no fim-de-semana. Mal damos por ela, e já temos o egoísmo instalado na sua plenitude e perdemos a visão inocente e voluntária do Mundo que tínhamos quando éramos jovens. Quando viver significava sonhar sempre com algo mais e melhor, quando a felicidade do próximo era o que de mais importante tínhamos, nem que na altura não o soubéssemos julgar assim. Em suma, a vida embrutece-nos mesmo. Bem daqueles que passam por ela sem nunca perder o brilho nos olhos, sem nunca ceder ao conformismo egoísta do "eu é que sei o que é bom para mim" ou ao materialismo inerente a tudo o que nos rodeia. Crescer não é endurecer com as tentativas falhadas, com os sonhos frustrados. É saber que, não importe o que o tempo nos traga, temos sempre dentro de nós forças para sonhar.

Passar tempo - Jogo

É mais um site para matar o tempo .

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"As grandes ideias são aquelas nas quais a única coisa que nos surpreende
... é que não nos tivessem ocorrido antes."

26/03/05

Minha e Tua

Deus abençoa porque
Somos o sol e a lua
E quando há um eclipse
Minha vida é minha e tua
Num simples toque de olhar
Faz se sentir toda nua
E pra escandalizar
É só minha linda e pura
Vida minha
Minha
Tua
Minha
Tua vida é minha e tua
Ela é a terra virgem
Eu semente de paixão
Nossas lágrimas são chuva
Nossos corpos plantação
É uma afrodisia
A me fazer germinar
Desbravando o seu corpo
Sinto o tato das carícias
Que só eu posso provar

Após 20 telefonemas...



...foi assim que ela partiu!

Complicador v2

Um alentejano estava a pescar junto a uma ribeira, e sai-lhe uma carpa gigantesca. Satisfeito com a pescaria, pousa a carpa num balde com água debaixo de um sobreiro, e senta-se a descansar. Nisto, passa um turista inglês que fica pasmado com o tamanho do peixe, e interpela o alentejano:

"- Foi o senhor que pescou este peixe? Deste rio?"
"- Fui pois."
"- E então, não continua a pescar? Podem sair mais peixes assim!"
"- Na quero. Este já me cheiga pró jantari."
"- Mas se pescar mais, pode aproveitar por vendê-los no mercado e ganhar dinheiro!"
"- Pra quêi?"
"- Ora, com o dinheiro pode comprar uma cana nova e melhor... ou até um barco! E com isso pode pescar ainda mais peixes, e montar um negócio!"
"- E pra quié que eu havia de quereri fazer isso?"
"- Ora, depois com o negócio montado, teria gente a trabalhar para si, e já podia descansar!"
"- E o quié que acha que eu tou a fazêri, porra?"

Mai nada.

P.S.: Lição de Moral (para quem precisa de legenda) - Muitas pessoas procuram meios de sair da felicidade simples que podem viver se aceitarem o que têm, fazendo planos, complicando o que é fácil e no fundo, acabam por desperdiçar tempo valioso, voltando ao ponto de partida. Não seria simplesmente melhor deixar de complicar?

25/03/05

Sentimento e Razão

Basta um toque ou a palavra certa para o meu ser se inflamar.

Sinto-me bem, perdido por entre as chamas.

Então, porque é que a minha mente busca a paz?

24/03/05

Estranho-te

Onde está o teu brilho?
Onde está a tua alegria contagiante?
Onde estão as tuas mãos amigas?
Porquê tanta raiva nas palavras?
Porquê tanta leviandade?
Porquê tanta futilidade?
Onde está a tua magia?

Quem és tu, afinal?

A Couve e a Flor

Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse-lhe:

- Que petulância chamarem-te "flor"!
Vê a Tua pele áspera e a minha lisa e sedosa.
Vê o teu cheiro desagradável e o meu perfume sensual e envolvente.
Vê o Teu corpo grosseiro e o meu delicado e elegante ... Eu, sim , sou uma flor!



A couve-flor respondeu:

- Que adianta ser tão linda se ninguém te come ...

Iluminação

Vais ao encontro do mundo de braços abertos, sabes que ele tem forma, cor, aroma, sentido, mas não te enebrias em nenhum deles. Simplesmente os aceitas, os vives, e segues o teu caminho. Não te deixas amarrar por medos, vontades, crenças, porque tu és livre e espontânea. Fazes o que queres fazer, vives o que desejas viver, saboreias a existência nos seus detalhes mais intricados mas liberta de julgamentos do bem e do mal. Sabes que nenhum dia é assim tão mau nem assim tão bom e com esse conhecimento segues em frente no teu caminho, na tua paz interior. Tocas sem preconceito e deixas-te tocar sem a aflição do adeus, há muito abandonaste os rótulos e as confusões que nascem quando a razão se sobrepõe à simplicidade das ocorrências da vida. Quando olho para ti, irradias serenidade, quando penso em ti, sinto algo desse calmo mar viajar até mim em ondas mornas... Poderia pedir-te para me ensinares a ser como tu, mas algo assim não se aprende, simplesmente se é. Poderia pedir-te para partilhares tudo o que vês com os teus olhos verdadeiros, mas sei que é impossível. Ainda assim, libertas-me dos grilhões da ansiedade de todos os dias... fazes-me ver que a prisão aos objectos do mundo, à dependência deles, ao defeito do corpo e do hábito traz-me mais dissabores que proveitos...

Um dia, minha querida, um dia talvez olhe para dentro com os teus olhos...

23/03/05

Para Ti, quase 2 anos depois...

Sem Data

Esta voz com que gritei às vezes
Não me consola de só ter gritado às vezes.

Está dentro de mim como um remorso, ouço-a
Chiar sempre que lembro a paz de segurança estulta
Sob mais uma pedra tumular sem data verdadeira.

Quando acabava uma soma de silêncios,
Gritava o resultado, não gritava um grito.

Esta voz, enquanto um ar de torre à beira-mar
Circula entre folhas paradas,
Conduz a agonia física de recordar a ingenuidade.

Apetece-me explicar, agora, as asas dos anjos.

Jorge de Sena

Verdade

"Não acreditas em nada! Vives num aquário de sonhos impossíveis que, faz de ti um anjo negro"
Inês Pedrosa

O Tempo

O tempo irrita-me. Há alturas em que não havia de haver tempos. Tempos para nada, para absolutamente nada.
Devíamos parar no tempo nem que fosse por alguns minutos. A mim dava-me um jeito do caneco. Parece-me que parava no tempo certo. Ficava lá uns minutos, saboreava de novo aquele momento, sorria naquele momento e aquele momento seria outra vez o momento da minha vida.
O tempo e os momentos têm uma relação estreita que me agrada, que me encanta e que me seduz, quando nesses momentos de um tempo qualquer eu sei que aprendi alguma coisa.
Mas o tempo não pára. Quanto a isso estou tão certa como na fé que tenho que Deus exista realmente. Por isso peço a Deus que me dê daqueles momentos que o tempo consiga perdurar pela vida inteira.

Mais nada...

Viver a auto-estima é viver a minha liberdade. A auto-estima é decidir, para mim, por mim, pelos sentimentos que tenho e não em função do que os outros irão pensar ou mesmo sentir.
Conheço pessoas com tão pouca auto-estima que fazem as coisas mais em função daquilo que os outros pensarão do que de acordo com aquilo que elas pensam. Não vivem, são vividas.
Sempre haverá quem nos ame pelo que somos e sempre haverá quem deixe de amar-nos por não termos sido nós mesmos...

Time

Tic Toc
the clock strikes one
and I am not having much fun
tic toc
time goes by
as the days seem to fly
tic toc
I am waiting for a gift
but it never seems to come
tic toc
But all I want is you
cause my love for you is strong
tic toc
waiting Impaciently
for you to come home
tic toc
until that fateful day
that you'll come home
RRing!
and only then I'll know
that I will suffer no more.

Eu Não Sei Quem Te Perdeu

Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.

E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

by Pedro Abrunhosa

Momento 01

"É calando que se aprende a ouvir;
é ouvindo que se aprende a falar;
depois, é falando que se aprende a calar. "

Momento 02

"Não encontre defeitos, encontre soluções.
Qualquer um sabe queixar-se. "

Momento 03

"Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado.
Mas nada pode ser modificado enquanto não for enfrentado. "

Sopro

Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (porque não) porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor
Mero gozo
Sorvedouro caprichoso

No sopro do coração...

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do corpo num turbilhão
Sopra doido
E o que foi do corpo alado nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas,
Raras
Raras
Raras

Corto em dois limão
Chego ao ouvido
Ao frescor
Ao barulho
Á acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele
É bem isso
E apesar disso eriça a pele
No sopro do coração ...



(Clã , Sopro do Coração)

Tu

"Todas as maravilhas de que precisas estão dentro de ti. "


"Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente, julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância. "

... é ...

"Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
"

A magia nunca morre

Tenho uma história para te contar, ó mortal que perdeste o sonho. Abre os olhos, vê para além da forma que as cores são um engano. Abraça o cheiro da manhã que ele traz a boa nova em cada sussurro, olha as pessoas como formigas lá em baixo e respira-as. Elas vivem como tu mas talvez não sonhem como tu. Tens o brilho em ti, escondeste-o onde? A memória não te serve bem, meu caro, não faças dela o exemplo a seguir, tens todo o céu, todo o Mundo para conhecer, não te quedes pelo que guardaste, não penses que tudo não passa de uma ilusão porque alguém te roubou a esperança. Ouvi-te dizer que algo morreu em ti, já não sorriso como dantes, já não brincas como dantes, já não acreditas que a Eternidade é o que fazemos dela. Podia dar-te todas as razões e mais algumas para dares a mão à tua criança interior, não tenhas pressa de crescer, não cresças... não percas a magia! Ela molda-nos, faz de nós diferentes de tudo o resto, diferentes do banal, do fútil que é o viver sem sonhar. Ah, se ao menos soubesses como tudo é belo quando se vê o Mundo com os olhos de um sonhador... podes voar tão alto, tocar as nuvens e por lá ficar, se souberes tecer as linhas do teu Destino... obedece-lhe, aceita os seus sinais, porque há algo maior que tu e que a tua vontade em esquecer e mudar, seres algo que não és. O sonho. Ele move-nos. Quando se manifesta, não lhe podemos resistir, quem o faz é tolo. Mascara-o se quiseres, mas estarás a procurar a tua dor dessa maneira. Pensa que vives feliz sem ele, mas tudo o que trará é um vazio que aprenderás a gostar por não seres capaz de algo maior. Mas nunca é tarde. Tarde o será se um dia no teu leito olhares para trás e te aperceberes do que deixaste de lado quando abdicaste sonho, da cor, do riso... aí, tu sabes, o Tempo nada te trará de volta, aproveita-o enquanto o tens. Sorri a quem sonha, e ele sorrirá para ti. Encontra quem contigo sonhe, e partilha um Mundo novo, rasga essas páginas vazias que teimas em escrever com pequenos versos de nada. Acredita sempre em algo que te transcenda e não fujas, mesmo que te pareça o abismo. Tu sabes que muitas vezes a coragem está em dizer sim. Reclama o que é teu dessas páginas em branco. Vive. Sonha. Ama. Pinta o teu Mundo da cor que quiseres, mas pinta. Cria. Entrega-te ao que é maior que tu, maior que todos nós. E deixa-te levar pelo sonho...

22/03/05

Alarves

Depois de tanto que foi dito sobre esta bonita e cativante espécie, apenas queria deixar a minha opinião pessoal, e o entendimento que tenho sobre certos indivíduos, sejam eles de um ou de outro sexo.
E já que falamos nos dois sexos, apetece-me comentar as Alarves. Sim, elas existem, e acompanham-nos desde a mais tenra idade.
Notei, mais a sua presença na altura em que me comecei a achar "gente".
Elas lá estavam, intocáveis, cobiçadas, e com esse ar tão característico da espécie, nariz arrebitado, olhar superior, auto-suficientes, e acima de tudo distantes.
Sendo assim, já o diz o velho ditado, se não os consegues vencer, junta-te a eles, não será agora tempo de dar a volta a tudo isso?
Considero assim justa e correcta a atitude dos nossos “alarves”, já que sem um pouco de vingança a vida não tinha piada…

Pitéu

Ora acabei de chegar a casa, tenho fome, por isso vou escrever sobre comida. Viva o masoquismo!

Quem nunca comeu uma francesinha bem preparada, condimentada e apetrechada com todos os ésses e érres, numa tasca à beira-rio plantada do Porto, não merece o ar que respira. Ah, pobres de vós que andais pelos
shoppings ou pior ainda, a petiscar essas reles imitações que se fazem por aí fora. Pfffff. Não sabem o que é bom.

É mais que a carne mal passada que se desfaz na nossa boca a cada mastigar guloso. É mais que os enchidos que nos acariciam lentamente as papilas gustativas. É mais que o queijo derretido sobre o pão a fazer lembrar um manto dourado sobre aquele petisco. É mais que o molho picante e espesso a banhar o prato, onde besuntamos as batatas fritas ou um bocado de broa no fim. Comer uma francesinha num qualquer restaurante típico da invicta é um ritual de iniciação ao bom que a cidade tem, um festim de sentidos que nos faz simplesmente querer ficar por cá muito tempo.

Quando passarem pelo Porto, percam um pouco de tempo, jantem mais cedo, na ribeira, com a vista para o Douro enquanto o Sol se põe e devorem lentamente uma francesinha... não vão querer mais nada.

Mais uma tentativa

Afirmo sempre a ausência do motivo por detrás da palavra e acabo por ser coerente com essa afirmação. Não me parece que ande por aí a lançar setas dúbias que podem tender para várias interpretações e que podem seriamente ser levadas a mal. Acho que um esforçozinho por não complicar a situação mais do que ela já está complicada, também passa por medir as palavras e não soltar ao vento frases que mais parecem indirectas certeiras. Até porque tudo é muito mais bonito quando se é frontal. Não terá mais razões de queixa quem leva diariamente com ideias despropositadas que mais parecem fugas à frontalidade, ironias, mesmo que não o sejam, e que põe sempre os pontos em cada i, apesar de por vezes doer um pouco mais? E não tenho a mania da perseguição, simplesmente só esperava conseguir acreditar que as minhas verdades inegáveis da vida, que assim chamas, mas que não o são na verdade ( a verdade cada um vai tendo a sua), te fizessem compreender que sei perfeitamente o que quero para mim e que não é qualquer tipo de expressão atirada ao ar com sentido dúbio que a vai mudar. No passado isso trouxe complicações e bem sabes, cheguei ao limite da compreensão e da aceitação disso. Pela milionésima vez, e com toda a paciência do mundo, vê lá se não me fazes chegar outra vez a esse ponto! Por ti, por mim, e pela nossa amizade. E isto não é de todo uma ameaça, simplesmente acho que já viste uma vez até onde as coisas podem ir, decerto não queres cometer os erros anteriores...

21/03/05

Olha

É este o pecado que vives
Não saber falar ou ouvir
Esquecer, tapar os olhos
Gritar em surdina, mentir
Viver? Sobreviver ao invés
Numa tua falsa realidade
Sob o peso do futuro
Quebras na tua piedade
Esqueces quem te amparou
Te viu chorar e crescer
Sorrir, gritar, renascer
Desde o primeiro suspiro
A primeira mão segura
Ao último beijo, último tiro
Num coração mais desfeito
Leva enfim a ternura
Que outrora todos viam
Fecha-a na futilidade
Do agora e do imperfeito
Foge para bem longe
Onde te possas encontrar
Onde te possas olhar
Eu sei que não vou estar lá.

Complicador

Como não sei quando terei a oportunidade de te dizer isto, fica aqui a nota, para que leias quando tiveres tempo. Insististe e voltaste a insistir comigo para assimilar as tuas ideias e encará-las como verdades inegáveis da vida. Podem não o ser, mas respeito-as porque são o que tu queres. Afirmas solenemente a tua sinceridade em cada ideal, a ausência do motivo escondido por detrás de cada palavra, e eu acredito em ti, como sempre acreditei, porque confio como sempre confiei. Mas às vezes fico com a ideia que essa confiança não é recíproca. Às vezes dou por mim a exprimir a minha opinião com toda a naturalidade e parece que tentas sempre encontrar outro sentido ao que penso, algo que tenha uma ligação, por mais improvável que seja, com o momento por que passas. Eu diria que às vezes roça a mania da perseguição, mas compreendo que assim seja. Lá no fundo, ainda não admitiste possivelmente, que já estou farto de saber onde fica a minha linha, por pensares que o caminho que traçaste é demasiado dificil de trilhar por mim. Talvez seja, mas não obstante isso, eu tento. Agora por favor, peço-te que não transformes esse 'filtro' que tens num obstáculo. Confia que eu sou capaz, acredita que eu não estou 24h/dia a pensar e a martelar nas coisas que acontecem. Confia em mim como confio em ti, e é tudo muito mais simples...

Alarves

Parabéns ZeoX! Imaginamos que o dia te tenha corrido muito bem depois de saberes que foste o vencedor.

Por ser hoje o primeiro dia da semana e porque na maioria dos casos é um dia que apela ao mau feitio, eu e a minha amiga achámos que devíamos também falar dos “ alarvemente maus-feitios”.
De todas as espécies de maus feitios que recentemente começaram a pulular a nossa sociedade, nos inícios do séc. XXI é esta a que mais nos enerva, nos cansa e nos espanta.
É uma espécie rara mas com cada vez mais adeptos neste país.
Estudos feitos demonstram que na sua maioria vivem longe do mar e afecta mais a faixa etária compreendida entre os 24 e os 33 sendo os topos deste intervalo os mais característicos e o cúmulo do alarve.
Normalmente são homens que nunca estão bem dispostos, que vivem longe do mar, irritam qualquer santa, dizem palavrões, não foram feitos para ser entendidos, não se querem fazer entender, julgam-se superiores a tudo.
São auto-suficientes, empinados, não percebem que o granito é muito mais digno que o azulejo e um cajado é muito mais importante que um telemóvel.
São pedantes, arrogantes e profundamente irritantes.
Valha-lhes alguma coisa positiva: são os mais assediados pelas mulheres e vá-se lá saber porquê!
Em Portugal já têm um universo bastante significativo em constante crescimento tal e qual como aconteceu com o Bloco de esquerda nestas eleições.
Eu e a minha amiga desejamos que esta espécie se extinga rapidamente porque se não este País caminha a passos largos para tremendas desgraças!

O vencedor é....

O mau feitio é, hoje em dia, cada vez mais falado e comentado. Infelizmente o número deles duplicou ou triplicou nos últimos anos.
Deve ser da vida que se tem. O stress, a falta de tempo, a má interpretação, o gosto de ser do contra, a implicação e a inflexibilidade entre outras coisas, fazem com que a natureza de alguns se modifique drasticamente e acabem fatalmente por se tornarem assim.
O mau feitio quando é q.b. também acaba por se tornar uma delícia. Fica bem e é chamativo. Dá luta e sabe bem para quem leva com ele. Mas é preciso ser doseado e nem sempre isso acontece.
E porquê? Porque quem tem mau feitio está sempre ao contrário e por isso surge a discussão e esta é sem dúvida o ponto alto da elevação da inteligência. Mas nem sempre é assim.
Depois de uma conversa com uma amiga minha sobre este assunto, resolvemos, de entre os seres afectados por esta doença do século, eleger o nosso mau-feitio-de-estimaçao, qualquer coisa como o nosso ódio-que-nos-faz-rir-por-ser-do-contra.
Para isso resolvemos brindar os concorrentes (sem o saberem que são) com regras bem definidas para que no fim de contas feitas, ganhe mesmo o melhor.
Foi difícil. Pensámos muito, uma vez que há dois piores do que o eleito. Mas não ganhou nenhum deles porque na verdade ultrapassam alarvemente os limites do mau feitio.
Encontramos o vencedor por unanimidade por exclusão de partes.
“Mau feitio in da house!!! Oh yeah!! Quero ver essas mãos no ar!!! Tudo a curtir à parva!!” foi a frase decisiva para a vitória.
Tal e qual o País elegeu (sem sobra de dúvidas) o Eng.º Sócrates para Primeiro-ministro de Portugal, nós elegemos o Zeox aka muitos-nomes para o Ministro do Mau Feitio em qualquer ponto do universo!
Parabéns ZeoX!
Qualquer dia receberás o prémio pelo correio!

A Naifa

Dia 22 , Auditório Municipal ,Guarda .

Remember

Nada tienen de especial
dos mujeres que se dan la mano
el matiz viene despues
cuando lo hacen por debajo del mantel


Luego a solas sin nada que perder
tras las manos va el resto de la piel
un amor por ocultar
y aunque en cueros no hay donde esconderlo
lo disfrazan de amistad
cuando sale a pesar por la ciudad


Una opina que aquello no esta bien
la otra opina que que se le va a hacer
y lo que opinen los demas esta demas
Quien detiene palomas al vuelo
volando a ras del suelo
mujer contra mujer



No estoy yo por la labor
de tirarles la primera piedra
si equivoco la ocasion
y las hallo labio a labio en el salon
ni siquiera me atrevere a toser
si no gusto ya se lo que hay que hacer
que con mis piedras hacen ellas su pared

Quien detiene palomas al vuelo
volando a ras del suelo
mujer contra mujer
Una opina que aquello no esta bien
la otra opina que que se le va a hacer
y lo que opinen los demas esta demas

Quien detiene palomas al vuelo
volando a ras del suelo
mujer contra mujer

Mecano - Mujer contra Mujer

Ahh e tal ... são jovens!

21 de Março - Dia Mundial da Poesia

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... é condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


Florbela Espanca - Ser Poeta

20/03/05

So simple

És um marco. Um marco histórico. Como a Universidade está para Coimbra, como a Sé está para a Guarda, como os Clérigos estão para o Porto.
O mundo deu umas voltas grandes entretanto, e como em tudo na vida existe um princípio e um fim. Os princípios são sempre fascinantes e os fins são, na maioria das vezes, catastróficos. Há sempre uma parte que perde. Perde-se qualquer coisa que às vezes não tem nome e não se consegue explicar.
Quem sente que perde passa a outra fase: a fase das respostas. É mais típico nas mulheres. Elas querem saber tudo. O que fizeram, porque perderam, quais as justificações de qualquer coisa que as faz sentir mal. Nesta fase estende-se uma confusão de más interpretações com pitadas de parvoíces e estupidezes e depois forma-se um bolo enorme que mais parece uma barreira. Tudo por falta de controlo, por falta, dizem elas, de justiça. Choram, berram, gritam, barafustam e o tempo encarrega-se de fazer o resto.
Depois é a rendição. Limpam-se os destroços, enterra-se o morto e preparam-se estratégias para uma nova vida, sem fantasmas e com a ilusão de que se pode viver outra vez no mesmo auge. E volta-se a viver e volta-se a cair e cai mais uma vez e volta a levantar-se. Porque cair não faz mal, a nobreza, a vontade, a luta e a coragem está só e apenas na capacidade das pessoas voltarem a levantar-se.
Depois fatalmente encontra-se o passado. Mesmo que longínquo é sempre tocante. E foi o que me aconteceu. Tocaste-me como sempre. Mesmo sendo tu, para mim, aquilo que se vê…
Cansei-me porque descobri que é tudo tão simples…

17/03/05

Faço minhas as palavras dela

Alguém escreveu hoje algo que traduz na perfeição aquilo que me vai na alma...

"Queria que soubesses que a alegria de te ter comigo só encontra equivalente na esperança que um dia estaremos juntos para sempre."

ODEIO-TE TANTO!

Odeio OT (otário teixeira)!
Odeio Gelo!
Odeio o João Ratão quando cai no caldeirão!
Odeio bons dias!
Odeio o Rui!
Odeio Viseu!
Odeio Rios!
Odeio Bancos!
Odeio Terriolas!
ODEIO-TE!

(private joke)

15/03/05

Tu

Olhos esverdeados que tens
que me paraliza de espanto
os contornos da tua cara redonda e macias
que só quero acariciar
os teus lábios fofos e suaves
que me apetecem beijar e trincar
a tua voz doce como uma melodia
que me encanta ao ouvido
os teus braços fortes e perfeitos
que foram feitos para me abraçar
Roubaste-me o coraçao
mas nao me queixei
és o meu amigo
és o meu confidente
és o meu amante
o meu parceiro para o resto da vida
amo-te com toda a força que há em mim
até os ultimos dias da minha vida


Para ti choux choux, TQM

12/03/05

blue eyes

" I Miss You More Than I Will Ever Let You Know "

...


"Did You Know You Can Change The Sky?"

...

"Maybe I Should Let My Heart Sleep For A While..."

...

Free Love

If you’ve been hiding from love
If you’ve been hiding from love
I can understand where you’re coming from
I can understand where you’re coming from

If you’ve suffered enough
If you’ve suffered enough
I can understand what you’re thinking of
I can see the pain that you’re frightened of

I’ve been running like you
I’ve been running like you
Now you understand why I’m running scared
Now you understand why I’m running scared

I’ve been searching for truth
I’ve been searching for truth
And I haven’t been getting anywhere
No I haven’t been getting anywhere

Hey girl
You’ve got to take this moment
Then let it slip away
Let go of complicated feelings
Then there’s no price to pay

We’ve been running from love
We’ve been running from love
And we don’t know what we’re doing here
No we don’t know what we’re doing here

We’re only here
Sharing our free love
Let’s make it clear
That this is free love
No hidden catch
No strings attached
Just free love
No hidden catch
No strings attached
Just free love

Depeche Mode - Free Love

11/03/05

11M - Um ano depois

"A vossa Guerra , os nossos Mortos"

Frase escrita no exterior da estação de La Tocha , Madrid , 11 - M - 2004


Pensamento do dia v2.0

Ora já passam das 4h30 e apetece-me filosofar.

Cá vai.

Nesta terra de homens onde ser humano perdeu o valor, perdoar e abraçar quem um dia nos feriu, largar todo o fardo que a consciência carregou, encarando o futuro com um sorriso aberto, fará de nós o quê?

Já agora, vivam as pizzas da Celeste.

Bolicau II

Onde estás?
Estás ai?
Para onde foste?
Passa-te pela cabeça a confusão que me causas?
Sorrias quando te falava em adultério, amor não autorizado, dizias só: Estamos bem assim não é?
Talvez no meio da confusão que deixaste encontre uma pista para te encontrar, quem sabe um dia (o mundo dá muitas voltas, assim como o meu desejo por ti). Hoje e agora que sei que só posso receber desprezo, sinto sempre vontade de te oferecer flores.
Sinto tua falta por menos falta que me faças.
Não era só ter-te a soprar encanto ao meu ouvido, que depois se transformava em arrepio.
Pois não?
Não era só isso, não eras só tu, não era só eu… éramos nós!
Eu existi para ti?
Sempre quis saber, penso que para ti é irrelevante. Não interessa. O que nos bastava era o momento, não é?
Viveste-o?
Para onde foi ele agora?
Levaste-o contigo?
Hoje resta-me a música do Rui, da Mafalda e Eu...
Como numa comédia romântica, vou continuar a sorrir a um amor guardado e quando, um dia perdido no infinito do tempo, nos cruzarmos não vou fazer perguntas, vou-me deixar levar num arrepio porque é assim que acontece nas mais fascinantes hilariantes comédias românticas.

10/03/05

Bolicau

Estava a tentar não escrever mais nada sobre ti, meu querido Bolota. Mas depois de te ver só me apetecia fazê-lo e já basta darmo-nos tão estupidamente mal. Deve ser a tal lei da compensação. Na verdade já nos demos bem demais…. Tu dizias MATA e eu dizia ESFOLA. E sempre que EU não tinha razão, tinhas TU.
Mas entre o que eu e tu pensávamos, o tempo foi tecendo um manto de confusões e dúvidas e agora, já não sei quem és afinal.
Já lá vão anos. É um facto. Já nada tem valor, é uma certeza. Mas a minha memória de elefante não me deixa deixar de lembrar...
Sabia que, de qualquer maneira, te iria ver naquela noite. Não sei mas tenho pressentimentos que raramente falham. Sabia, também, que não precisava de fazer nada porque Deus se encarregava disso. E tomou muito bem conta do meu recado.
Não estava nada a espera naquele momento. Quando te vi já lá estavas dentro e de repente quando te olhei senti uma diferença abismal comparativamente às outras vezes. E eu achava (erradamente) que os nossos encontros mesmo que distantes iriam ser sempre eternos…
Mas o mundo parou e tudo voltou ao normal no preciso momento que te foste embora…

Odeio

Odeio acordar tarde .
Tarde de estar atrasado.
Tarde suficiente para ouvir meio acordado meio a dormir o toque que me acorda várias vezes . De manhã , no silencio da manhã , todo o ruído aumenta significativamente de intensidade . O toque do despertador é uma tortura .
Odeio ter que sair de casa sem ter cumprido uma série de rituais que faço todos os dias a um ritmo adequado à minha forma de estar no momento , por exemplo , olhar para as horas e saber que o relógio está adiantado e observar que realmente ainda faltam alguns minutos para ter que obrigatoriamente me levantar.
O que odeio portanto , é não ter escolha de manhã , tenho que me levantar , depressa , e ponto final.
Mas há mais .
Por vezes , quando a minha disposição ronda o suportável ( para os outros ) , gosto de tomar o pequeno almoço , nada de complicado . Um copo de leite semi-frio , esteja lá fora temperatura negativa ou não ( odeio leite quente ) e já está . Outras vezes , como complemento e por ter perdido a cabeça , faço meia torrada . Isto tudo quando , como já disse , a minha disposição ronda o suportável.
Claro está que já não me lembro de tomar pequeno almoço.
Depois há a saída de casa.
Podia estar aqui as próximas horas a descrever o que Odeio no preciso momento em que tomo contacto com o exterior , desde o vento à chuva , passando pelos carros mal estacionados que me complicam a saída , etc , mas não vou fazer o relatório dessas alturas . Apenas me vou cingir a um único momento .
É aliás O Momento .
Acontece com alguma frequência , ás horas que saio de casa e saio bem cedo , bastante cedo mesmo , ver um vizinho meu , exactamente à mesma hora que Eu , o que só por isso já me irrita , a sair de casa também , mas … para passear o cão?
Sim , já me passou pela cabeça insultar violentamente o individuo e seguidamente passar com a roda frontal direita do meu veiculo em cima do canídeo . Como se não bastasse o insulto a quem gostava de ficar a dormir mas tem que ir trabalhar , encontra um sujeito , que a aquela hora , o mais importante que tem que fazer é colocar o animal a tratar das suas necessidades fisiológicas , como se não bastasse , o cão tem uma atracção por mim . Quando me vê , o animal corre que nem um louco na minha direcção , como se Eu na altura um osso fosse e desfaz-se em carinhos , obviamente dispensáveis , carinhos que passam por se enrolar nas minhas pernas , quase até Eu tropecar e ou , à procura de atenção da minha parte , salta com as suas patas imundas para as minhas calças , deixando sem misericórdia e com a conivência do dono , as suas impressões digitais .

- Oh , desculpe lá , ele é tão brincalhão … Anda cá óh “não sei quê” !
- Não há problema , PUMMMM , Óh desculpe lá ,não tinha a arma travada !

Só dá vontade …

Claro está , só para se localizarem , que isto tudo passa ainda não nasceu o SOL.
Chegado ao local de trabalho , possuído e evitando qualquer tipo de contacto humano para não me tornar desumano , Odeio também dar de caras com um/a colega :

- BOMMMMM DIAAAA , que talllll ?
- Fala baixo sff .

E vou rapidamente em direcção à maquina para comer um café ... antes que ...

09/03/05

Do You Want Banana ?

Os diamantes são eternos

Assim são as Mulheres .... e os Homens também.

Pode demorar um pouco a "carregar" ... mas vale a pena .

07/03/05

Alberto

Não tenho pensado em ti tanto com se calhar devia, sabes... em pouco tempo vai fazer seis anos que partiste e deixaste aquela casa mais sombria, menos viva com o som da tua voz a rabujar. Há coisas que em determinado tempo nos parecem insuportáveis, agressivas, mas a verdade é que nos habituamos a elas e nos fazem uma estranha falta quando sabemos que nunca mais as podemos ter.

Ah, as memórias... lembro-me de quando era miúdo, muito miúdo ainda, ir ter contigo à oficina do Sanatório, onde me recordo de ti de macaco azul, salpicado de tinta um pouco por todo o lado, a fazer já nem sei eu bem o quê. Lembro-me que havia metal... e faíscas... e pouco mais. Já lá vai muito tempo, mesmo...

São talvez as únicas memórias que tenho de te ver a trabalhar, todas as outras se resumem a longos e repetidos momentos, sentado na tua mesa do canto a ouvir rádio. Invariavelmente, esperavas que te saísse a sorte grande num jogo que ouvias com atenção, todos os dias, mecanicamente, apontavas a quantia que era dita na esperança que o telefone tocasse e desse uma pequena alegria... ela nunca chegou, pois não? Mas nunca deixaste de tentar e acreditar...

E o futebol? Adoravas futebol... vibravas, regateavas, empolgavas-te... e se as coisas não corriam de feição, ninguém se podia aproximar daquela mesa onde quase habitavas. A rádio era a tua companhia, os relatos a tua oração, fosse da extinta Desportiva na Altitude ou do teu Benfica do coração, ninguém te tirava dali enquanto os noventa minutos não acabassem. Conseguiste pegar-me o teu benfiquismo desde muito cedo, compravas todo o tipo de quinquilharia e livros do clube, tinhas quadros das saudosas equipas de 60 pendurados aqui e ali... quando não dava por ela, já eu sabia, ainda em tenra idade, quase todos os maiores jogadores que tinham passado pelo Glorioso de há uns 30 anos para cá... ironia do destino, partiste sem ver uma última vez o nosso clube campeão. Se calhar, fartaste-te da espera, e ainda tinhas muito que esperar... até agora continuamos em jejum, mas talvez seja este ano, quem sabe.

Se não estavas agarrado ao futebol, estava-lo às cartas. Contigo aprendi a jogar as minhas primeiras partidas de bisca e sueca, em volta da mesa quadrada em madeira da sala. Queria sempre ficar contigo, porque sabia que eras o melhor e podia aprender muito, nem que fosse algo tão banal como jogar às cartas. Mas eram os nossos momentos, partilhávamos tardes e noites assim numa estranha cumplicidade sem palavras. As cartas falavam por nós.

Diziam que tinhas a mão pesada. Voz grossa, é verdade, ouvi-a muitas vezes... mas nunca senti o peso da tua mão. Nunca me terá feito falta? Ou por trás da tua aparente dureza e impetuosidade residia um coração mole? Acho que nunca o vou saber agora.

Não sou um homem de fé ou religião, por isso nunca te fui visitar ao lugar onde agora a tua casca vazia repousa. Talvez por isso mesmo, nunca senti necessidade de lá ir, olhar para uma pedra cinzentona e saber que apesar do que digam, não estás ali. Quando partiste, traído por algo dentro de ti, ficaste para sempre no coração das pessoas que te amam, e aí ficarás sempre. Quando quiser falar contigo, falo comigo mesmo a pensar em ti, porque sei que um pouco de ti estará sempre dentro de mim... e um dia, quando te visitar, querido avô, pegamos os dois num baralho de cartas. Quem sabe não te ganhe dessa vez.

Vários

É incrível o esforço que faço para remendar o mau humor de Segunda – Feira .
Para os que padecem do mesmo mal que Eu , aqui ficam algumas ideias para perder tempo.

Se pensas que tens um mau emprego … imagina iniciares a semana a trabalhar num restaurante ?

Não me lembro de nenhum enquadramento para este item .
É um jogo de ténis e prontos.


Twinoo

Twinoo é o primeiro jogo multiplayer para uma só pessoa .
Que o melhor hemisfério do cérebro ganhe.

06/03/05

Aiiiiiiii

"Aprendi a dizer numa palavra
que tudo o que é teu tenho guardado
e cuidado a cada dia;
aprendi a dizer a palavra
que vou matar e deixar renascer
- quando te vir; abraçar -
numa só palavra tudo o que é teu: SAUDADE."

Tania

Isabella

Lembro-me das palavras que dissemos um ao outro, há tempos, sobre recordar tudo o que vivemos com um sorriso nos lábios. Mais do que recordar, hoje, sinto a falta de muita coisa que preenchia uma espécie de vazio em mim que ainda sinto...

Lembras-te das nossas longas trocas de mensagens, sobre tanta coisa ou coisa nenhuma, sobre o João Pestana ou meramente com uma ou duas palavras... o suficiente para nenhum de nós se sentir longe? O meu peito enchia-se de uma alegria imensa quando recebia, assim do nada, uma mensagem tua apenas com beijo e a dizer que sentias a minha falta... tanto que vinha de tão pouca coisa! Mas era mesmo assim... as pequenas coisas que contavam muito...

Tentavas sempre encontrar as palavras certas para me confortar quando esta doença chata que tenho resolvia dar de si... ainda que muito tivesse de partir de mim, estavas sempre lá, nunca esmorecias e fazias-me acreditar com um sorriso que todo o mal era passageiro... esse sorriso fácil e meigo que tu tens, que tantos dias e tantas noites me iluminou...

Mas a tua vida não era fácil... quando algo te magoava a sério, fechavas-te na tua casca, impenetrável e distante. Quantas vezes tentei quebrá-la? Perdi-lhe a conta... às vezes parecia que conseguia, mas apesar da minha insistência não me lembro de teres sido rude comigo por tentar, por querer, por me preocupar... apesar de saberes que eu pouco ou nada podia fazer e que tu tens essa maneira tão própria de reagir às adversidades, compreendias o porquê de eu agir como agia... diz-me, ainda te fechas na casca?

As coisas mudaram bastante de há dois meses para cá, é verdade... nem sei porque escrevo estas linhas, se calhar agora já não fazem tanto sentido, possivelmente lembro-me de ti quando preciso ficar calmo, sereno, sempre inspiraste isso em mim, algo cá dentro precisava deitar estas palavras ao Mundo, para que saibas, para que se saiba, que de ti não guardo más memórias... como poderia guardar?

Baci, Isabella... que os teus sonhos te guiem sempre...

04/03/05

Só para Ti ...

METADE

Que a força do medo que tenho,
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito,
Não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda,
Ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada,
Mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
E a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas
Como uma prece, nem repetidas com fervor.
Apenas sejam respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem
Inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço,
Mas a outra metade é o que eu calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro,
Seja uma dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso
E a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
Que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso
Que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que eu fui,
E a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais
Do que uma simples alegria
Para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo,
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
Mesmo que ela não saiba,
E que ninguém a tente complicar,
Porque é preciso simplicidade
Para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia
E a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor
E a outra metade...também!

Osvaldo Montenegro

Nota: É tão velhinho, toda a gente já conhece mas cai sempre tão bem...

Mestre Vinícios

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amor próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Morais - Antonio Carlos Jobim

Nota: @ desculpa lá imitar-te é que também eu gosto de poesia e lembrei-me deste poema que tinha escondido algures no meu baú ...

....

Pousa um momento,
Um só momento em mim,
Não só o olhar, também o pensamento.
Que a vida tenha fim
Nesse momento!
No olhar a alma também
Olhando-me, e eu a ver
Tudo quanto de ti teu olhar tem.
A ver até esquecer
Que tu és tu também.
Só tua alma sem tu
Só o teu pensamento
E eu onde, alma sem eu. Tudo o que sou
Ficou com o momento
E o momento parou.

Ainda o tributo aos Pink Floyd

"Numa altura em que se anuncia para breve a chegada à Broadway do musical "The Wall", o espectáculo "Off The Wall" que os portugueses vão poder ver , oferece, a par das canções dos Pink Floyd, um espectáculo visualmente deslumbrante.

Ao tradicional jogo de luzes que sublinha as diferentes ambiências e cambiantes do espectáculo, somam-se uma série de efeitos especiais capazes de encher o olho do espectador. A ideia é recriar a habitual grandiosidade das actuações dos Pink Floyd. "

Tributo aos Pink Floyd

Os fãs portugueses dos Pink Floyd vão poder ‘matar saudades’ da sua banda preferida, em dois espectáculos agendados para os próximos meses de Maio e Junho.

Denominados ‘Off The Wall’ (nome do colectivo), os espectáculos de tributo à maior banda de rock progressivo e psicadélico de todos os tempos estão marcados para a Aula Magna de Lisboa, a 27 de Maio, e Europarque, Porto, a 24 de Junho.

in CM .


"Para ouvir vão estar temas como ‘Fearless’, ‘Shine On you Crazy Diamond’, ‘Run Like Hell’, ‘What Do You Want From Me’, ‘Arnold Layne’ e, claro, clássicos intemporais como ‘Time’, ‘Money’, ‘Another Brick in the Wall’, ‘Great Gig in the Sky’ e ‘Confortably Numb’, entre outros."

02/03/05

Royal Wedding


Owned !

Pensamento do dia

"Se amas alguém, deixa-o ir. Se não voltar, é porque nunca foi teu."

(autor desconhecido à data da publicação do post)

01/03/05

O melhor da Vieira do Mar

o meu marido

Dizer o meu marido, é-me tão natural como respirar. Sempre o foi, desde quando andávamos à bofetada pelas esquinas esconsas do colégio, a limpar o ranho à manga dos bibes.
Os nossos caminhos cruzaram-se mesmo quando tudo mas tudo fizemos para nos apartarmos, cientes embora da inevitabilidade magnética que sempre nos atraiu para as profundezas um do outro.

Somos dois astronautas de pés de chumbo em guerra com a falta de gravidade do amor, embora cientes da absoluta gravidade dos mergulhos constantes no vazio atmosférico da carne exasperada. Trepamos um pelo outro como se disso dependesse a nossa sobrevivência, encontramo-nos sempre a meio do caminho e, quando nos desviamos, chocamos um com o outro porque não cessamos de fugir para o mesmo impossível lado.

Nunca por nunca duvidámos de que os nossos destinos se entrelaçariam como cipós centenários e que acabaríamos a fazer bebés um com o outro e um para o outro, apesar dos choques frontais aos quais sobrevivemos trôpegos, da falta de airbags e da serenidade necessária à construção de uma vida qualquer coisa em comum. Também nunca tivemos juizo que bastasse e sempre reflectimos pouco nos passos de gigante que demos e nos lugares importantes onde aterrámos de mãos dadas e a pensar na morte de outras bezerras.

Esquecemo-nos amiúde das datas que importam e não usamos aliança no dedo porque nenhum de nós gosta de apertos. Reconhecemo-nos iguais desde o dia em que nascemos e até muito antes disso: somos almas gémeas que se reencontram uma e outra e outra vez, cumprindo um karma cósmico e um ritual de enamoramento perene, próprios de todas as almas resignadas que se sabem gémeas e não se importam.

Tanta porrada no rinque da vida e é certo e seguro que na próxima reencarnação viremos travestidos de insectos, daqueles com uma esperança de vida sazonal e irrisória, e se calhar cruzamo-nos algures numa folha, ele a subir e eu a descer, e o mais provável é desviarmo-nos para o mesmo lado, acabarmos por chocar e fazermos mais bebés, dando origem a uma espécie hibrida desconhecida da ciência, muito populosa e colorida. Mais certo ainda é acabarmos os nossos parcos dias a lambermo-nos os sucos esverdeados que nos escorrem das carapaças após termos sido esmagados por um transeunte gigante.

O meu marido, particípio passado do meu futuro longínquo, não é só o meu amor, o meu amigo, o meu companheiro e quaisquer outras balelas do género que me apeteça agora inventar: ele entranhou-se-me na pele desde o início dos tempos e pegou-se-me às entranhas desde o big bang primordial; se preciso for, como-lhe os olhos e os nervos ópticos dele entram-me que nem ginjas na corrente sanguínea.

Somos uma espécie de experiência científica de ADN modificado a espiralar pelo universo, a reboque de baba e vísceras; somos bichos selvagens que se catam pelas constelações fora, cão maior, ursa menor e vice-versa. Somos a saliva, os flatos, as crostas e as azias um do outro, e não há romantismo nem dia dos namorados que nos salve.


Não obstante, oferecemo-nos rosas e vamos ao cinema.

www.controversamaresia.blogspot.com
Soberbo!

Diário

Trancaste-me nesta sala vazia, lisa, fria e impessoal e guardaste a chave contigo. Durante dias e noites, mais do que consigo contar, tenho ora gritado, ora sofrido em silêncio, em vão. As paredes são brancas, despidas de estímulo, sem janelas para ver o Sol ou a Lua. Aqui não entra nenhum som, não ouço o brincar das crianças ou o cantar das aves lá fora. Não como, não bebo, não durmo, preso a este beco sem saída onde me forças a viver. Viver? Não, sobreviver... como vou podendo. A maçaneta não roda, a porta é demasiado resistente, tem aguentado todas as minhas cargas impassivelmente... Sinto-me sem forças nos braços para continuar a bater e a minha garganta há muito que deixou de poder gritar...

Quero sair daqui... quero voltar a ver o Sol, quero voltar a correr livre... quero ver-te e abraçar-te do outro lado daquela porta, esquecer que um dia entrei neste cativeiro... ou então, passa a chave por uma qualquer fresta e foge se não quiseres ver as minhas feridas... mas por favor, deixa-me sair...

A Semana

Dia a Dia?
Queima das Fitas?
Juventude?


"A vida é uma tragédia quando vista de perto
, mas uma comédia quando vista de longe. "

DJ

Ideias para perder tempo

Aborrecido(a) ?

Para passar o tempo , nada como um simples jogo ...

ou ainda ... outro ...

e mais um !
Neste último a ideia é libertar o balão . Não é simples !


"O tempo que gostas de perder não é tempo perdido."

E dura ... e dura ...

Imparável hoje ... não?

Sou um "postador" nato.

"Music it's my Life "

É um discovery engine ... para música por exemplo !


"... but I'm a
Creep ..." Podia ser o Video-Clip !


Este é o caso em que a música explica a ciência … o Ser das teclas é a prova que há vida em Marte . Isto é um
Video-Clip !

Info

Também gosto de escrever com imagens.
Vou passar a divulgar uns sites .
Sobre que assuntos?

Qualquer coisa.

Uns interessantes ... outros também não.


Música (só para lembrar )

Brevemente perto de todos .
Este projecto junta Luís Varatojo (Peste & Sida, Despe e Siga, Linha da Frente) , João Arguardela (Sitiados, Megafone, Linha da Frente) , Vasco Vaz e Maria Antónia Mendes.

Que sonoridade?

Soa a A Naifa , por enquanto únicos.




Março

21 Covilhã
22 Guarda

Abril

05 Aveiro
06 Coimbra
07 Bragança
09 Braga
22 Porto
... etc.

Frio

Esta foi a noite mais fria do Ano .

Por cá chegou aos - 11º