29/11/08

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26/11/08

Vivo assim...


Estranho quando nos elevamos em pensamentos distantes, quando nos deparamos com imagens, memórias, cheiros e palavras de outrora.
Aconteceu-me hoje!
Enquanto guiava, entre um vermelho e um verde, tentando aquecer o ambiente do habitáculo, tal era o frio desta manhã, ocorreu-me o silêncio de um dia de neve e desejei, desejei tanto estar ali, naquele mesmo instante…
Acordar nessa cidade coberta por um manto branco, silenciada…
Apenas o som daquela paz que nos invade, que nos permite ouvir mais além.
Engraçado pensar que quando neva, nos tornamos todos mais iguais… a neve disfarça marcas de carros, jardins de orquídeas, ou simplesmente de gramão… tudo se assemelha…
Sentimo-nos purificados, conseguimos falar connosco, envolvemo-nos com o nosso EU!
Das melhores sensações que já vivi! Conseguir ouvir-me! Ouvir os meus passos, “crunch, crunch..”… e saber para onde vou e de onde venho…
Este fim-de-semana estarei lá e se nevar, alguém me dirá: “Está a nevar para ti”.
E eu direi…”São estrelas que caiem frias!”

25/11/08

Esta forma de me agarrar aos pensamentos, recolhe-me a um canto. Como se estivesse de castigo.
Hoje, no conforto da confidência entre amigos, falámos do que nos dói.
Em comum, alguém tão grande, capaz de nos fazer ser.
Em comum, esse, que nos fez assim, já não estar por cá. E tanto mais em comum.
Como pode uma falta, tornar-nos tão iguais?
E tanto que ficou por lhe dizer ou fazer, ou que lhe foi dito a mais.

Acho que esta noite, todos dormem. Menos eu.

Já só peço sabedoria e serenidade, como se de pouco se tratasse. Já só quero um palco para me escutarem. Para que oiçam, que quando esta vida que temos terminar, se houver outra e mais mil, quero tudo de volta que me pertence.
Quero do meu palco gritar, que não troco um momento passado, uma memória conquistada ou uma promessa feita.
E se de mil vidas for feito, que fique bem claro, que não troco o universo, por um amigo que seja.

Caixinha de Recordações...hoje é esta...

22/11/08

Serenidade


Vou-me lembrar desta imagem, para apagar o Sol da noite.
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Eugénio de Andrade



Estava a ler Eugénio, tantas vezes ele e consigo parar o tempo cada vez que leio estas palavras.
Os dias empilhados que me fazem a vida, olho para trás pelo ombro e reparo no que nos tornámos. De quantas vezes passamos pelas coisas sem as ver e do pouco valor que ainda vamos dando a tanto.
Preferia a meninice quando estremecia se me pediam amor. Preferia o tempo em que a minha mão parecia maior e agarrava todos, junto a mim, como se fosse para sempre.
Agora, vamos ficando sem sabor. Pontapeamos os sonhos que ontem jurávamos concretizar e já não nos abraçamos. Diz-me o grito do silêncio, naquelas noites de sol, tantas noites, que vamos saber contar cada minuto que foi perdido. Nessa altura, não passaremos pelas coisas sem as ver, mas vamos estremecer, pelas coisas que não quisemos ver.

Dormi contigo toda a noite
junto ao mar, na ilha.
Eras doce e selvagem entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.

Os nossos sonos uniram-se
talvez muito tarde
no alto ou no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento agita
em baixo como vermelhas raízes que se tocam.

O teu sono separou-se
talvez do meu
e andava à minha procura
pelo mar escuro
como dantes,
quando ainda não existias,
quando sem te avistar
naveguei a teu lado
e os teus olhos buscavam
o que agora
- pão, vinho, amor e cólera -
te dou às mãos cheias,
porque tu és a taça
que esperava os dons da minha vida.

Dormi contigo
toda a noite enquanto
a terra escura gira
com os vivos e os mortos,
e ao acordar de repente
no meio da sombra
o meu braço cingia a tua cintura.
Nem a noite nem o sono
puderam separar-nos.

Dormi contigo
e, ao acordar, tua boca,
saída do teu sono,
trouxe-me o sabor da terra,
da água do mar, das algas,
do âmago da tua vida,
e recebi teu beijo,
molhado pela aurora,
como se me viesse
do mar que nos cerca.


Pablo Neruda

Já aqui escrevi isto?

Dois amantes felizes não tem fim nem morte,
nascem morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Pablo Neruda




Se já o tinha escrito, não importa.

20/11/08

Falta-me o sono que adormece profundamente e me organiza os pensamentos.


16/11/08

Escolha para a viagem até CASA...

Sexta, antes de sair e para enfretar a viagem até CASA, escolhi, entre outros, um CD velhinho!
Ouvi-a uma 500 vezes...LOL
Uma música, na minha opinião, que continua actual...


Pena, só ter encontrado este vídeo...

No Difference

You watch the phone
Like it was the TV.
If you're all alone,
Well whose fault can that be?
Your keys, your bag, your car -
They're where they always are.

And the light goes down
And all the lights come on
And they call to me,
Oh come on, come on,
And you don't make no difference to me.

You look at me,
And say "What you talking about?"
Well me, I'm going out,
with or without.
I know I don't get far
And we're where we always are.

But the light goes down
And all the lights come on,
And they call to me,
Oh come on, come on,
And you don't make no difference to me.

So you fix a drink,
Cause it's time to drown,
And the clock speeds up
And then it slows right down.
The life that we have missed,
I think it still exists -
How can you resist??

But the light goes down
And the steetlights shine,
And they call to me,
You'll be dead a long time
And it makes a difference to me.

And the light goes down
And all the lights come on
And they call to me,
Oh come on. Come on.
You can make a difference to me.
Come on, make a difference to me.