28/09/07

Pensamento do dia

Há um velho ditado árabe que diz:

واحدئيس الوزراء هو الحاكم الفعلي للبلاد. البرلمان الإسباني م

قسم الى مجلسين واحد للأعيان ( وعدد أعضاء يبل عين و واحد للنواب و عدد نتائج الانتخابات نائب . نتائج الانتخابات الأخير مباشرة من أصبحت الشعبسنوات، بينما كل سنوات، بينما يعين عنتخاباتضو من مجلس الأعيان و ينتخب الباقون من الشعب أيضاً. رئيس الوزراء و الوزراء يتم تعيينهم من قبل البرلمان اعتماداً على نتائج الانتخابات النيابية . أهم الأحزاب الإس أصمقسم الى مجلسين واحد للأعيان ( وعدد أعبحت الشعببانية يتم ماعية و تعيينهمللأعيان

Pensem nisso...
Ainda a respeito da comunicação social.

Diariamente somos bombardeados com as mais hilariantes formas de fazer jornalismo da chamada comunicação social de referência, se é que isso existe.

Nos meu habitual “zapping” pelos jornais da manhã, descobri esta pérola que é primeira página do Jornal de Noticias.

CONDENADOS
18 anos de prisão para jovem de 18 anos que assassinou avó em Samora Correia por lhe recusar dinheiro para comprar cerveja.

19 anos de cadeia por ter morto na Lousã homem que, ao simular relações sexuais com frigorífico, lhe terá ofendido a esposa. ”



@Penso que é recorrente matar-se em Portugal por cerveja, portanto foi claramente negligente a Avó ao não dar dinheiro ao sequioso do neto.
Quando ao segundo caso, estou solidário com o frigorífico e a respectiva esposa e mais não digo.


A stream flows through a sandy lake bed fed by the Parana de Manaquiri River, a tributary of the Amazon River, near the city of Manaquiri in the heart of the Brazilian Amazon Basin. 09 Oct 2005 REUTERS/Rickey Rogers

Temos pena.

Quarta-Feira, Portugal espantou-se com Pedro Santana Lopes, por este ter abandonado os estúdios da SIC Noticias, depois de uma interrupção ao seu comentário à actual situação do PSD, para um directo com a chegada de José Mourinho à Portela.
Afirma P.S.L. que José Mourinho é seguramente mais importante que todos nós, mas que tinha aceitado com sacrifício, estar ali a comentar algo que é de extrema importância, também para a nação. E que achava que estava tudo louco, quando se interrompe uma discussão tão importante, com um directo da chegada de um treinador de futebol.

@Na essência, P.S.L. tem absoluta razão.

Este é um país de doidos e as opções redactoriais dos “grandes” órgãos de comunicação social, são maioritariamente absurdas.
A atitude de P.S.L., repito, é correcta, mas caí em saco roto por ser quem é.
Enquanto presidente do Sporting, achava que o futebol era o mais importante e é um clássico vê-lo pavonear-se em frente às câmaras de televisão, jornais ou revistas, seja como comentador político seja como playboy.

@Ao sucedido na SIC Noticias, aplicou-se a máxima “quem com ferros mata, com ferros morre”.

Vem isto a propósito da comunicação social e desta submissão que existe às câmaras de televisão. Este nacional parolismo, que é o acotovelarem-se para serem filmados, é do mais decadente que existe.

25/09/07

Shine on David Gilmour



""Remember That Night - Live At The Royal Albert Hall" traz o registo de duas horas e meia de um concerto que o antigo guitarrista e vocalista dos Pink Floyd deu naquele espaço londrino em 2006, no âmbito da tournée de promoção ao álbum, "On an Island".

O DVD eterniza em formato digital um espectáculo que contou também com as participações especiais do ex-companheiro de banda, Richard "Rick" Wright, e de Phil Manzanera (ex-Roxy Music), que o acompanharam na banda, bem como de David Bowie, Robert Wyatt (Soft Machine), David Crosby e Graham Nash (Crosby, Stills, Nash & Young).
"


in cotonete.clix.pt

24/09/07

22

Para não correr o risco de ser catalogado com animal raro, decidi participar numa actividade que poderia envolver o contacto verbal com gente que não conhecia de lado nenhum.


@É portanto de louvar o esforço, desculpem lá.


Cedendo ao “não os podes vencer, junta-te a eles”, coloquei em prática a expressão “o peixe morre sempre pela boca” e toca de participar nas comemorações do Dia Europeu sem carros.
Esta celebração, quando feita em dia de semana, é o mais parecido com o pisar de uma pastilha elástica. Tira-me do sério, dificulta-me os movimentos e traz-me à memória um rol infinito de palavras menos agradáveis.


Quem é que no perfeito juízo, se lembra de manhã a caminho do trabalho, que é o dia sem automóveis? Sim, já me aconteceu e senti-me como um hamster num labirinto de trocas de direcção, sentidos proibidos e alternativas pouco visíveis.


@Como sabem, sempre defendi que, de manhã, qualquer alteração à rotina devia ser punida com enforcamento.

Esta efeméride, até hoje comemorada estupidamente durante a semana, teve este ano a mais-valia de calhar num sábado. Menos mal.


Fui então informado que na celebração do Dia Europeu sem carros deste ano, se iria realizar um passeio de bicicleta, algo que despertou o meu interesse, por ser amante da modalidade.
Toca então de me equipar a rigor.
Bicicleta afinada, calção a condizer, óculos de sol, mochila para um toque da classe, capacete a luzir e garrafa d’água cheia, não vá o trajecto ser traiçoeiro.

As inscrições para a prova estavam marcadas para as 10h.


@Sim, levantei-me cedo num sábado.

No local das inscrições foi-me dada uma t-shirt com o devido patrocínio e um número que era afixado nas costas da respectiva t-shirt.


Andar de bicicleta, no meio da cidade, com um número às costas, fazia-me sentir como um profissional.


Se eu visse alguém, equipado a rigor com um número às costas, pensava:
- Ena pá, este deve ser batido nisto. Ganda pinta.

@Era assim que me sentia.

Mas logo no momento da inscrição, surgiu um pequeno problema.
Foi-me dada a t-shirt com o número afixado com um alfinete às costas.
E a mochila?
Se coloco a mochila, não se vê o número!
Se retiro a mochila, lá se vai o toque de classe, embora a mochila estivesse vazia.

Ideia. Coloco o número na mochila.
Brilhante

@Se pudesse sonorizar o momento, usava a tema “Hit the road Jack “ ….

Bom.
A largada estava marcada para as 11h no Jardim, inscritos uns 50 atletas.


@Há entre ciclistas uma semelhança com as convidadas de um casamento.
A forma como se olham e comparam as toilettes é o mesmo que fazemos com as bicicletas.



A que tenho, não me deixa mal em lado nenhum e a maioria tinha bicicletas de hipermercado.
Coitados.

Hora da partida.
Um elemento da organização avisa que ao longo do trajecto vamos encontrar outros elementos da organização, que nos indicam, que sentido devemos tomar.

Boa. Isto vai ser bom.
Toca a arrancar.


Saída do jardim, até ao cruzamento do Museu. Uns 35 metros
Do Museu até ao tribunal. Uns 60 metros.
Tribunal até Hotel Turismo. Hummmm … 30 metros.
Hotel Turismo até ao Jardim. 10 metros.

- Como?está?



Dão-me um número para percorrer nem 500 metros?

O trajecto é tão pequeno, que 3 elementos da organização, bastaram para indicar o percurso a seguir. A passagem pela zona de partida foi feita 1 minuto e meio depois da largada. Foi como uma ejaculação precoce.


- Vá, mais uma volta!! – diz o rapaz da organização

E lá vou eu, embriagado no meu pensamento e admirado como é que a minha família não se juntou, para me aplaudir em momento tão brilhante na minha carreira de atleta.


@Naquele momento, eu seria seguramente o orgulho de gerações e gerações.


O meu pensamento foi interrompido pelo som característico de uma campainha.
- Trim Trim !!!
Uma pequenita, na sua bicicleta cor-de-rosa, acabava de me ultrapassar.
Por sorte o trânsito estava interrompido, ou tinha-me atirado para baixo de um camião.

Na segunda passagem pela zona da meta, 3 minutos depois da partida, fui informado que o passeio tinha acabado.


- Obrigado a todos. Bom fim-de-semana. - Diz o jovem da organização.



Ahh, Ok!

Agora morre, sff.



@Vou guardar o número para as minhas voltas de bicicleta. Dá um ar de “recém chegado de uma prova internacional de btt”.


E lá fui eu para casa, depois de uma saudável manhã de confraternização com os meus conterrâneos. Mais uma vez, com “uma cabeça”, que não cabia no capacete.


Já agora …. eu era o número 22.

13/09/07

Desculpe, importa-se de repetir?

Parece-me essencial que alguém tome uma qualquer medida e avance com um estudo detalhado do Português.
Do Português como casta.
Um estudo que inclua o classificar um exemplar num frasco de álcool, para ser esquartejado, autopsiado, analisado e se calhar embalsamado.

@Somos um “case study”.

Não deve haver nenhum povo no mundo que sustente e devore mais novelas que nós.
Senão, repare-se no caso de Maddie.
Faz lembrar a primeira série do Big Brother. Não é que quisesse saber o que por lá se passava, mas como não se falava de outra coisa, faziam questão de me manter informado. A semelhança com este caso, é que não se fala de outra coisa.
O interesse é, obviamente, maior que no caso do Big Brother.
Quando a miúda desapareceu, o bom do português, partiu porquinhos-mealheiros, roubou arrumadores, bebeu menos vinho e comprou menos velas em Fátima, para ajudar os desgraçados dos McCann que tinham ficado sem a filhinha. Vai daí, toca a mandar dinheiro para um mega-fundo milionário, apesar de ser clarinho como a água, que os McCann sofriam de várias coisas, menos de dificuldades financeiras.
Aliás, no que toca a dar dinheiro aos desgraçados, o Português é o primeiro a colocar o dedo no ar.
É verdade. Gostamos de ver coitados. @É antagónico, dá-nos pena, mas batemos palmas por sabermos que há piores que nós e lá respiramos de alivio: - “Ufa, ainda bem que não é comigo”.

Voltando aos McCann.

Arrastava-se o casal em entrevistas por tudo que é comunicação social.

- Coitada. O sofrimento daquela mulher. Até está mais magra. E olha o ursinho da bebé. ERA APANHA-LOS A TODOS E CORTAREM-LHES A PILA.
- A menina já está morta, valha-me Nossa Senhora.
- Não digas isso. Uma vez ninguém sabia da sobrinha da Soraia, já todos a davam como morta e a miúda lá apareceu 4 dias depois. Tinha ido a um baile.


@O Português tem sempre uma situação equitativamente dolorosa com o tema em discussão.

Ouvia-se portanto em uníssono, o lamentar de um povo, angustiado com o sofrimento de um casal, que passeava na praia de mão dada, arrastando um urso de peluche, que alegadamente, seria o brinquedo favorito da miúda.

@Se há algo em que o Português é bom, é em raramente ou nunca, ser enganado.

Não há especialista, génio, professor doutor ou vá-se lá saber quem, que tenha uma abrangência de conhecimentos, com a firmeza e convicção de um Português.
Não necessitamos de ADN’s nem de investigação. Melhor ainda, não temos suspeitos, temos claros culpados.
- A menina foi raptada e está neste momento num harém em África.
- Toda a gente sabe porque levaram a Maddie. Deve ser algum ricalhaço que necessita de algum rim ou um pulmão.
- Eu cá não tenho dúvidas. As inglesas emancipam-se bastante cedo. Farta de ser totó, partiu prá vida a chavala. Uma vez conheci uma num parque de campismo do Barreiro que …
E a versão mais vulgar …
- Foi raptada por pedófilos. Já a devem ter morto depois de abusarem dela. Os da Casa Pia até tiveram sorte. Coitadinha da menina.


Não há tema, por mais delicado que seja, que o Português não invente anedotas.
Aconteceu com a morte da Diana, com o Tsunami, etc.

@É um cruzar de perna. É uma forma que temos de passar o tempo. É o pedir de café quando não se sabe o que beber.

Aproveitado a “boa forma” do Nuno Gomes, diz-se que a Maddie desmarca-se melhor que o jogador do Benfica, ou numa alusão ao clássico do cinema E.T., compara-se a criança com o extra-terrestre. Qual a semelhança entre ambos? Nenhuma. E.T. Goes Home.

Bom.
Mudam-se os tempos … mudam-se os cenários.
@Mas o Português não muda.

A comunicação social, brinda-nos diariamente com pérolas.
Estive a admirar o apresentador do Noticiário da Uma na RTP.
A forma grave como o indivíduo afirmou, que foi adiada a estreia de um filme, que fala de um caso de uma garota desaparecida.
De olhos esbugalhados, faltou-lhe o dedo em riste, diz que o mais estranho, é que a película foi rodada antes dos acontecimentos na praia da Luz.
Mas há mais.
A actriz que interpreta o papel de Mãe, é loira e, a cereja em cima do bolo, … a pequena que faz de criança desaparecida, chama-se na vida real Madeleine.

Imaginem o típico Lar nacional à hora das notícias:

A mãe, a desfrutar da sua dieta com uma salada encharcada em azeite depois de 7 tirinhas de entremeada, o pai orgulhoso com a rapidez que o filho mais velho sugou uma mini, a filha a treinar no Karaoke um dos temas do Mickael Carreira e a sogra, de chinelos gastos e unhas encravadas, apressada a arrumar a loiça, porque ainda tem que rezar 9 terços.

Podia ter sido o pânico em muitos lares de Portugal. Aqui está o tipo de notícias que torna o Português anormal e caso raro.

Depois há a indecisão dos investigadores.
@Claro que esta indecisão nunca faz tremer a convicção de um Português.
Somos certeiros nas análises.
Mais. Somos visionários.

Com as recentes reviravoltas neste caso, porque só a PJ é que andou enganada este tempo todo, vê-se o Português no seu Best of.

“Afinal os pais podem estar envolvidos no desaparecimento da pequena Maddie”

- Eu sempre disse. Aquela gaja a mim não me engana
- O que é que eu te tinha dito Carlos Alberto? Eu vi logo. Eu devia ter sido da judiciária.
- Tanto tempo perdido com investigações. Perguntavam-me que eu dizia logo quem foi.
- Essa cabra! Foi logo das primeiras coisas que pensei. E ele é igual.

@Aguarde-se por outras tomadas de posição.


Esta forma tão tipicamente nacional, de na vida estar bem com Deus e com o Diabo, torna-nos previsíveis e sem sabor.
Ainda bem que temos o Scolari para nos educar.
Porque só lá vamos ao murro.